Iniciação Masculina- Última Parte
” Não tomarás seu Santo Nome em vão”
” Não derramarei sangue em vão”
O Nome do Criador é Vida
Os homens que trilhavam o Caminho, sempre me disseram que havia três Caminhos para se chegar á Verdade, e que estes Caminhos eram O Caminho da fe, O Caminho do Místico e o Caminho do Ocultista.
Estes homens me explicaram esses Caminhos assim:
1° – Que o Caminho da fe, é o Caminho que seguem as pessoas religiosas, seja qual seja a religião que professam; não necessariamente clérigos, como também os leigos que freqüentam alguma religião, com suas regras e seus dogmas. (Detesto dogmas) E que mesmo que demora um pouco, se a pessoa se empenha, encontrará a Verdade.
2° – Que o Caminho do místico, o fazem aquelas pessoas que estudam as Leis da Natureza, pelo simples fato de saber, de aceder ao conhecimento, não estando em seus objetivos, o fato de fazer alguma coisa para mudar, ajudar ou prejudicar o entorno.
3° – Que o Caminho do ocultista, é igual ao do primeiro, com a diferença de que o ocultista, quer apreender sobre as mesmas leis, porem para usá-las e mudar o entorno.
Exemplo que me foi dado:
“Mora uma velhinha numa cabana no bosque; o místico e o ocultista descobrem que vai cair um raio na cabana, e que vai matar a velhinha.
O místico não faz nada, porém o ocultista se tiver poder suficiente, vai tentar desviar o raio, se não pode fazê-lo, no mínimo vai ir lá, e tirar a velhinha da cabana, para que não morra.”
Na época, me pareceu uma descrição acertada dos Caminhos, mas agora acho que quem me falou sobre isso não sabia nada, ou sabia muito pouco sobre iniciação masculina; e olhe que é gente que se auto-intitula grandes mestres, super puxa sábios.
Gente que tem mestrado em varias áreas do ocultismo moderno e antigo, e outras baboseiras mais.
Sei que não devia escrever essas coisas, mas não posso evitar a tentação, e a vontade de me divertir; desculpe, alem disso, tem uma das Bruxas aqui comigo e elas são muito irreverentes e brincalhonas.
Agora vou lhe contar o que eu aprendi com Verdadeiros Maestros Espirituais.
1°- O Caminho da Fe: “Deixar-se guiar pelos rituais,
respeitar e reverenciar as tradições”.
2°- O Caminho do Misticismo: “Aceitar a espera, ate encontrar
a visão e escutar o chamado”.
3°- O Caminho do Ocultismo: ” A compreensão das palavras
que impedem a guerra e geram a Paz entre os homens”.
O Caminho da Fe
Os rituais são necessários para os homens; necessários como exemplos de comportamento, de respeito ao que é Sagrado e de temor ao Criador.
Devem ser cumpridos como um ato de submissão aos Poderes Maiores do Universo, e nisso reside a importância de sua execução.
Cada ritual não cumprido é um ato de rebeldia, que gera caos e desordem, porque semeia o primeiro passo para a guerra: a falta de fe, o fato de não acreditar em forças que compõe o equilíbrio cósmico, fazendo que a justiça não prevaleça, levando os homens a tomar vingança, derramando a vida dos outros em suas mãos, banhando-as de sangue, tomando o Santo Nome (Vida) em vão.
Tomando no sentido de arrancando, agarrando para si, algo que não lhe pertence, a sangue do outro; o sangue, a Vida, o Nome.
Cada ritual não cumprido, no sentido de não entendido; pois um rito somente se cumpre, somente se completa, quando é compreendido em sua pureza, em seu real significado, como um ato de submissão, um ato de humildade, um pedido de misericórdia pelos que esperam ser conduzidos de volta ao Caminho Real, à Verdade.
Essa é a primeira etapa do Caminho, a Fe, o sendeiro do cego, unicamente apoiado em seu cajado, que nos obriga a andar curvados, dobrados sobre nós mesmos, pois ainda não alcançamos o direito de mostrar-nos altos, eretos, porque nossa grandeza impediria nosso ato de submissão, representado pela curvatura de nosso corpo.
Ao compreender o significado intrínseco do ritual, realizamos um ato de Fe, que nos leva a segunda etapa do Caminho:
O Misticismo, o Caminho da Espada
Aqui deixamos o cajado, e nos é entregada a Espada, com a qual esperaremos a visão, e ouviremos o chamado das Forças Superiores, para servir a comunidade de outra forma.
É uma larga espera, durante a qual, A Noite Escura, busca envolver-nos novamente na inconsciência do sono, pois a cegueira do Caminho da Fe ainda faz parte de nós.
Nesta etapa fazemos a Vigília da Espada, e se não sucumbimos a inconsciência (simbolicamente o sono) ouvimos o “chamado”, o Dharma, e começamos a terceira etapa:
A Etapa do Ocultismo
Nesta etapa, os homens que ainda não caminham, que não entraram no Caminho, nos tentam com suas falsas crenças, para que defendamos o que é nosso, ainda que isso signifique tomar a Vida do outro, em nossas mãos.
Mas se compreendemos o ritual, se atravessamos em vigília a Noite Escura, “não derramaremos sangue em vão”, e ouviremos claramente o Nome Sagrado do Criador: VIDA!
Este é o verdadeiro Dharma, o único Dharma, o chamado único e verdadeiro: ouvir o Nome do Criador, ouvir a Vida que nos chama e nos faz endireitar-nos, deixando o Cajado da Fe, abandonando a Espada da justiça terrena, e rejeitar os três punhais em forma de cruz, com os quais “tomaríamos Seu Santo Nome em vão”, o Nome, o sangue do outro.
São três punhais:
Um punhal para matar o espírito, ( a duvida)
Um punhal para matar a alma, ( a falta de fe)
Um punhal para matar a mente, ( a covardia)
Foi a duvida, a falta de fe e a covardia ( esta última representa o medo do encontro com o Criador), de todos e cada um dos involucrados, o que originou esta insana era. que esta por finalizar.
Por isso, libera-te da dúvida, pois ela mata o espírito; dissipa a falta de fe, porque ela destrói a alma. Conjura a covardia, para que tua mente não se perca entre os mundos, aterrorizada pela Esfinge, que torna tudo isto, um circulo infinito, onde as estrelas não brilham.
Com esta tríplice separação, a Vida deixa de existir, deixa de Ser, o Ser não é, não existe, não se propaga no infinito etérico, não volta a Casa do Pai, não se reintegra no Universo, pois desconhece o caminho de retorno, ficando preso entre os mundos, disseminado entre as dimensões do Ser, perdido no Não-Tempo.
Isso é a morte, a separação; é a Vida que não acontece, porque se perdeu a conexão entre os três Caminhos, que somente juntos podem formar um Ser inteiro.
O espírito faz o caminho da fe.
A alma faz o Caminho do Misticismo.
E a mente faz o Caminho do Ocultismo.
O espírito é cego e deve ser conduzido, através dos rituais a respeitar o que é sagrado e reverenciar as tradições.
A alma é espera, paciência, e deve ser lembrada, para que possa erguer-se, ver a Luz e ouvir o chamado.
A mente é reta, e deve aprender a seguir a intuição, ou seja, ouvir os sons do Universo, que são a Voz da Vida, do Si Mesmo, do Criador.
Um comentário
Comentários fechados.