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Páscoa ou Semana de Turismo?
A palavra tradição surge em minha mente, e começo a procurar o que há em livros, revistas e textos na rede, sobre o assunto Páscoa.
Na verdade, tradição pode ser compreendida como fatos, acontecimentos importantes que são preservados pela sua importância e legados de uma geração a outra, fazendo a conexão entre elas.
Com a proximidade da Nova Era, há uma espécie de rebelião contra as religiões, principalmente contra as atualmente praticadas.
Mas não se pode abrir espaços e deixá-los vazios; então, como abrir mão da religiosidade que nos legaram nossas gerações anteriores mais próximas, sem preenchê-las com “algo” ?
Neste ponto entram em cena os modismos da chamada Nova Era; mas também a necessidade da busca das próprias raízes de cada um, e aqui vemos o retorno às antigas religiões, aquelas que estão muito além do nosso legado religioso imediato, deixado por nossos pais e avós.
Mesmo assim, muito poucos são os que conhecem realmente as origens da Páscoa, a maioria acreditando que é uma celebração puramente cristã, e não a vivem como um ato espiritual, mas simplesmente como a famosa semana de turismo.
Porém procurando, procurando, poderíamos saber que esta tradição vai muito além de presentear ovos de chocolate; ela vai além de uma simples representação de renascimento.
A celebração da Páscoa é a convergência de varias tradições antigas, relacionadas com os praticantes do cristianismo, mas também com as origens das religiões pagãs, reunindo vários costumes pagãos remotos, com alguns de origem hebreu, e outros cristãos.
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A palavra Páscoa toma seu nome da Deusa Babilônica do Amor e da Fertilidade conhecida como Ishtar.
Os ovos de páscoa usavam-se coloridos desde os tempos da Deusa, como um símbolo de nascimento e fertilidade, e uma nova vida, nas antigas culturas.
Eles também foram usados pelos egípcios e pelos persas que os davam de presente durante suas festas de primavera.
Na Idade Média, os europeus colecionavam ovos de diferentes cores, que tiravam dos ninhos dos pássaros para usá-los como encantamentos para afastar o mal e atrair a fortuna, e de forma gradual este costume foi sendo anexado às celebrações de Páscoa.
Pintar os ovos de aves domésticas, foi se tornando popular à medida que o tempo passou, e substituiu a procura de ovos de pássaros selvagens.
O costume sobreviveu, na forma de brincadeira, pois se ocultavam os ovos no jardim, para que as crianças os encontrassem.
Os ovos eram pintados com cores luminosas, para que ficassem semelhantes ao Sol, e com a chegada da primavera e da época da fertilidade.
As cestas nas quais os ovos eram colocados, representavam os ninhos dos pássaros; tudo isto numa evidente lembrança dos cultos antigos à Deusa do Amor e da Fertilidade: Ishtar.
O Coelhinho da Páscoa
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Os coelhos ou as lebres, também foram usados como símbolo de fertilidade nas culturas antigas.
As lendas do Egito antigo, relacionaram o coelho com a Lua por causa de seus hábitos alimentícios noturnos, e por isso usou-se as lebres ou coelhos como símbolo de renascimento durante muito tempo, dada sua relação com o astro prateado.
O primeiro documento registrado de seu uso na festa da Páscoa teve lugar na Alemanha em 1500.
Este costume evoluiu depois em coelhinhos de Páscoa comestíveis, que preparavam-se com pão doce e açúcar.
Estas tradições aparentemente chegaram a América durante os anos de 1700, na Pensilvania; trazidas pelos emigrantes holandeses da Alemanha, após a Guerra Civil americana. O chocolate e os coelhinhos de Páscoa tornaram-se muito populares.
Agora fica a pergunta: o que realmente celebramos na Páscoa?
1) Festa da primavera dos pastores nômades, na época pré-mosaica.
2) Festa anual dos hebreus, em memória de sua saída do Egito.
3) Festa anual dos cristãos, que comemoram a ressurreição de Cristo, a qual celebra-se no primeiro domingo depois da Lua Cheia do equinócio de Março.
4) Festa de Ishtar, celebração de Amor e fertilidade, e a chegada da primavera, com o retorno as origens e as próprias raízes que este ato implica.
5) Uma bem vinda semana de férias, turismo e/ou descanso merecido.