É o reflexo da obra perfeita, é sua imagem e semelhança, nascido da separação, no tempo antes do tempo do esquecimento.
Sua existência continuará, e será tão eterna como a Criação, pois nessa melodia viva, o espírito é um semi tom, que pode completar, com outros, um acorde inteiro, feito de notas inteiras, definidas, perfeitas, acabadas, como a obra do artista que as criou, como a memoria de uma das criadoras a idealizou, como o determinou a Força da Vida.
Somos todos, parte de uma sinfonia que Deus criou;
Cada um é uma nota dessa sinfonia; a cada respiração Dele
Nasce uma nota, e assim a sinfonia se faz eterna.
E muitas notas se repetem fazendo novos acordes,
E as vezes Ele junta as mesmas notas,
numa harmonia eterna como a própria sinfonia.
Notas antes, notas depois, mais encima, mais em baixo,
Em Luzes diferentes, formando um arco íris
De cores, sentimentos, emoções, amores.
Velhos amores esquecidos, novos amores
lembrados; futuros que já aconteceram
E que repetem-se numa eterna dança do Universo.
Escolhas e mais escolhas,
Todas convergindo para um
Único ponto: o Amor.
Mais evolução, menos evolução,
O lugar não importa, o lugar é o sempre,
Pois no Amor, longe
É um lugar que não existe.
Somente na Luz do Amor,
No Amor da Luz,
Podemos encontrar
a justiça dos fatos,
encontrando a nota que somos,
na mágica sinfonia do Universo.
O espírito nos proporciona uma melhor visão do Todo, pois podemos afastar-nos de nós mesmos e contemplar-nos a través dele, para ver se nossa obra está apta a fazer parte da sinfonia, ou se é preciso uma revisão do acorde no qual estamos inseridos, de forma que melhoremos a melodia, a completemos, ou entremos em cena um pouco mais adiante.
O espírito, somente vive a través da melodia, sem ela, ele não tem propósito de ser, no entanto nós, somos a melodia, ainda que não soe em perfeita harmonia; porém dependemos das imagens que ele nos envia de nós mesmos, para corrigir nosso tono de vibração, harmonizando-nos em acordes específicos, para que a música da Vida chegue aos confins do Universo, perfeita, como foi idealizada desde o começo.
Ele, o espírito, é nossa visão, nossa terceira visão, a visão interna, o olhar a través do espelho do tempo, e por isso pode dar-nos acesso à nossas memorias, a tudo o que já fizemos ou vivemos, ele pode mostrar-nos todos os acordes dos quais fizemos parte e de que forma o fizemos.
Sendo assim, sua ajuda é inestimável para nós, na medida, em que aceitemos que é uma conexão com o Todo, mas que não é o Todo; na verdade ele é a nossa alma, nossas memorias, e por isso a conexão entre elas e nós, entre nós e a melodia.
Não podemos confundi-lo com Akasha, o Espírito dos espíritos, porque Ele é a Causa Inefável, que já existia antes mesmo de que as mulheres deixaram suas pegadas sobre a Terra árida.
Akasha, guarda as memorias arcaicas, mais antigas que os tempos povoados somente por seres femininos; Akasha é o Espírito atemporal, que vive nelas desde sempre, para todo o sempre, pelos séculos dos séculos, Amém.
Ele é a Ânfora da Vida, e a Agua matricial, à qual elas devem sua origem; é o Espelho de Águas, no qual todos podem beber, olhar-se e saciar sua sede de sabedoria e conhecimento; quando isso acontece, o espírito de nossa terceira visão, desaparece, para dar lugar a um lago cósmico, maior que o próprio abismo universal, onde os espíritos se despedaçarão, antes da Reintegração Final.