Não Fomos Ensinados
A Lidar com a Morte
Para mudar nossa consciência e nos sintonizar com a energia desta data meditaremos por alguns momentos no assunto da morte; lembraremos dos amigos e/ou pessoas da família que já se foram.
Faremos isto procurando entender e aceitar que a morte é nada mais do que um passo para o inicio de um ciclo novo, que começa na morte, mas que se dirige ao renascimento.
Não fomos ensinados a lidar com a morte, ela é um completo mistério, e devemos encontrar formas de celebrar para poder nos curar, para sarar a dor de forma que nós mesmos possamos renascer simbolicamente depois de sofrer a transição de alguém que amamos ou apreciamos.
As pessoas evitam tocar nestes assuntos por medo, medo de atrair mais dor e sofrimento e procura-se esquecer tudo o que aconteceu e deixá-lo atrás.
Mas o mal, o que é negativo, a dor e o sofrimento, estão ou são gerados no que ficou atrás, no que foi esquecido, no que não é lembrado.
O período de luto, que antigamente era marcado pelo uso de roupas pretas e violetas ou lilás, durava mais ou menos um ano, e era um período para nos lembrar da transição de alguém do nosso coração.
Tal vez o propósito fosse justamente que a pessoa não pudesse esquecer até se curar, manter aquele acontecimento presente no dia a dia, porque o fato de ter que usar somente roupas apropriadas ao luto nos faria obrigatoriamente a fazer uma purga, lembrando por um longo período de quem se foi.
Eu cheguei a ouvir minha mãe dizer que quando minha avó morreu a vestiram de violeta.
E minhas tias que eram moças (minha mãe tinha seis anos) diziam que era assim, que era o costume.
Depois, quando a tradição começou a mudar, as pessoas falavam horrorizadas (entre elas minha mãe quando já era grande) “para que fazer isso com as crianças…”
Obviamente que a sabedoria popular conservava ainda os motivos reais dos períodos de luto, e é obvio que as crianças não eram menos merecedoras da cura emocional que este período proporcionava, e por isso elas também eram vestidas de forma a lembrar, aceitar e entender a morte.
Hoje não é necessário vestir-se dessa forma, mas deveríamos usar algo, ainda que pequeno, por exemplo algo como as faixas pretas no antebraço, das que se usavam faz algumas décadas atrás nestas ocasiões, pelo longo período do luto.
Este período inicialmente durava dois anos, depois passou a um, até que já não se usa mais.
Coincidentemente os espíritas acreditam que dois anos é o período de cura das dolências que a pessoa que fez a transição tinha ou sofria quando estava deste Lado da Vida.
Durante esses dois anos a pessoa “se cura” e se prepara mental e emocionalmente par rever as pessoas que ficaram no plano físico como fazendo parte da família humana e não mais como a sua família particular.
A pessoa no novo estado do Ser se prepara durante dois anos para evoluir desde o amor terreno em direção ao Amor Maior, pois somente assim ela pode voltar em espírito para rever e ajudar –se possível- aquelas pessoas do plano físico que antes foram a sua família pessoal.
Tendo chegado ao fim do ano pagão meditaremos então sobre todas as coisas que finalizaram neste ciclo que culmina com a celebração deste Sabath: relacionamentos, situações, pessoas que fizeram a transição…e deixamos tudo isso para trás, ainda que não as esqueceremos pois fazem parte do todo que somos agora.
Desejo uma linda celebração de Samhain para tod@s!
Imagens: 26815259@N00 – patricil – patricil/