A Tenda da Lua Crescente
Bom, agora era ir ao Quadrante Oeste e investigar o que havia lá para que ela pudesse continuar usufruindo o Tempo Circular.
Sempre considerou que este Quadrante era o mais difícil pela questão da Água, ainda que este Elemento estivesse presente em sua vida muito mais que os outros.
Ao chegar ao Oeste viu um baú fechado, (A Arca, ela contem) estava fechado, então precisava de uma chave para abri-lo.
Procurou e lá estava pendurada na parede atrás do baú, entre outras coisas que ela nem viu o que era; teria tempo em outro momento para isso.
Era uma linda, grande e antiga chave de metal amarelo, ela não sabia se era ouro ou não, mas isso não importava.
Assim, misto de curiosidade e expectativa inseriu a cave na fechadura do baú e abriu-a sem dificuldade, ainda que o som das engrenagens se movendo e encaixando preencheu a Tenda; quando o barulho parou ela levantou a tampa e ficou surpresa com o que encontrou.
Na parte interna da tampa do baú, estava escrito em letras prateadas que se destacavam no fundo pintado de preto como a mesma noite de Lua Minguante:
“E assim foi como a Lua com seus escuros galhos tomou conta de tudo e abriu o Caminho para aqueles que têm Fe, aqueles que acreditam Na Deusa, na Grande Mãe”
Viu então que acomodados em pilhas e outros espalhados, havia um sem número de cadernos e livros, lápis (muitos) canetas e todo tipo de coisas para escrever.
Foi logo pegando os cadernos… Eram seus cadernos, já nem se lembrava deles, alguns estavam cheios e outros não, alguns estavam vazios; neles estavam escritas muitas coisas que as Ancestrais e os Maestros de outras dimensões haviam lhe ensinado.
Os livros eram os mais especiais para ela; os havia guardado por conterem importantes conhecimentos que haviam alicerçado seu desenvolvimento e crescimento espiritual em outras eras.
Agora, novamente precisava fazer a conexão entre o conteúdo do baú, a chave e o Quadrante Oeste.
Resolveu sentar-se no chão na frente deste “tesouro” e meditar detidamente e sem pressa no assunto.
Ao contrario do que tinha pensado, não foi difícil fazer a conexão; neste Quadrante encontramos aquelas coisas que nos trazem o êxito, as que nos ajudaram a chegar ao ponto em que nos encontramos em nossa evolução.
Lembrou então da Runa Laguz em uma de suas posições de destaque: “Uma visão mais positiva é necessária, um novo método de ataque ou de fazer as coisas baseada na experiência já ganha”.
Aqui estava ela diante de suas memórias, diante de sua Alma; isto se relaciona com os Arquivos Akasicos, a Memória Arcana da Humanidade, que na Árvore da Vida se localiza na esfera de Binah, a Mãe Cósmica ou Universal.
Esta esfera é regida por Saturno o planeta dos obstáculos, então este Quadrante trata da “Chave do Êxito”, aquela que abre todas as portas, todas as cadeias e quebra todos os entraves!
Havia encontrado “A Sabedoria do Quadrante Oeste na Fase da Lua Minguante”.
Percebeu que para seguir com seu projeto usando a Magia do Tempo Circular, nesta fase deveria procurar formas de planejar, organizar e dar continuidade a ele, baseada no conhecimento de experiências anteriores.
Teria então de fazer uma revisão lendo seus antigos escritos e encontrar a informação que beneficiaria a consecução de seu objetivo e para isso tinha todos os dias desta fase da Lua para achar e usar a Sabedoria da Lua Minguante enquanto ela estivesse no Quadrante Oeste.
Sentiu muito claramente a energia do Tempo “circulando” em sua Tenda, o que a deixou extasiada e com muita vontade de permanecer ali sentada lendo e relembrando.
Mas os Arcanos já tinham lhe advertido de não o fazer, de que primeiro deveria recorrer todos os Quadrantes e depois decidir sobre o seu projeto.
Imagens: julianaccunha – danascobar – srtabia