A Panela
Será necessário ter pelo menos duas, uma de cerâmica, e outra de vidro temperado ou de ágata, (nunca de alumínio ou de aço inoxidável) para tudo o que vai ao fogo.
Toda bruxa/o sonha com a panela de ferro, pois alem de tradicionalmente nos lembrar das bruxas do bosque, são muito úteis para os trabalhos com fogo ao ar livre ou na lareira, alem de que se pode fazer fogo dentro dela, em alguns rituais com as salamandras, os elementais do fogo.
A Varinha Mágica ou Baqueta
É interessante ter uma varinha mágica, a qual deve ser feita totalmente a mão, para os trabalhos com as Fadas, os elementais do Ar. Mas não basta fazê-la, é preciso ver e compreender alem do material usado e sua forma, e o símbolo que representa. No rituais, sua função é ampliar a vontade do operante, seu desejo e imaginação.
É importante a escolha da arvore da qual se tirará a madeira para a varinha; meu conselho é buscar tabelas e/ou oráculos de árvores de nossa terra, e aprender sobre suas qualidades, para escolher bem; o sinamomo por exemplo é uma árvore de limpeza, afastamento, defesa, ataque e luta.
O que mais eu gosto é o nogal; é doce, forte, sábio; sempre foi minha escolha, ainda que pode ser feita de diferentes formas, inclusive pelo mês de nascimento.
Depois de decidir sobre a árvore e encontrá-la, se devem seguir os seguintes passos, cuidadosamente:
Antes de mais nada deve pedir-lhe permissão a arvore para cortar-lhe um galho e dar-lhe tempo para que se prepare; enquanto espera, conte-lhe para que precisa a madeira, pois ela tem o direito de saber.
Lembre que em algum ponto na força vital do Universo, você e a arvore são o mesmo ser, e por isso, na realidade estará cortando um pedaço de si próprio.
Escolher o galho com cuidado, o mais reto possível, medindo entre 60 e 90 centímetros. Passar a mão, pelo galho até onde junta com o galho principal; é possível que depois de uns minutos sinta que ele se esfria, a uns 5 centímetros da junta, esse é o lugar onde deve ser cortado, pois a árvore retirou sua força vital daquele lugar, deixando um pouco no pedaço que você escolheu, para que seja “madeira viva”.
Cortar com um facão bem afiado, o mas rápido possível, nunca quebrá-lo; onde se fez o corte tapar com cera incolor em pasta, para piso, para que não apodreça a arvore nesse lugar; antes de ir-se, corte da varinha as folhas e as ramas que não serão utilizadas, e enterre-as junto as raízes da arvore, para que tudo volte a ela com o tempo.
Fazer tudo isto na Lua Crescente, para que a varinha cresça em poder, e deixe uma maçã ou outra fruta ao lado da arvore, como agradecimento a ela e a Mãe Terra, por sua generosidade.
Deixar secar a madeira, e depois lixá-la até que fique suave ao toque; envernizá-la e estará pronta para gravar-lhe os símbolos que deseje. Se pode ter mais de uma varinha, uma para cada elemento por exemplo, ou outra divisão que lhe agrade ou lhe seja necessária.
Também pode-se usar o atame no lugar da varinha até conseguir fazer uma.
O Caldeirão
Quando tenha seu caldeirão, é necessário preenchê-lo; para isso ponha–o sobre o Altar, usando-o como símbolos de meditação durante vários dias. Preencha-o com seu ser, através de suas memorias, tanto doces como amargas, pois deve conter tudo em sua totalidade, em equilíbrio.
No momento que perceba que seu Caldeirão está cheio, derrame um pouco de vinho com mel e beba-o. Simbolicamente estará aceitando tudo o que está dentro dele: a soma de seu passado e que o tornou o ser que você é hoje, assim como também o futuro que possa forjar-se.
Li uma vez um conto que dizia o seguinte:
“Uma manhã numa cidade, um homem tomava seu desjejum antes de ir trabalhar; seu filho menor, de 10 anos chega e lhe pergunta : “onde mora Deus?”
O pai olha-o e responde:
“Deus mora dentro de um poço”
Sua esposa, ao ouvi-lo, muito brava abraça a criança, e começa a xingá-lo por ter falado um absurdo desses a seu filho; mas o homem não a escuta, pois esta submergido em suas memorias de criança, quando vivia numa aldeia no interior do estado.
Por alguns instantes, o presente é somente uma nevoa difusa, ao seu redor; e relembra uma manhã, quando ao ir até o poço no centro da aldeia buscar água, se deparou com alguns homens muito, muito altos ao redor dele, bebendo do precioso liquido.
Sentiu-se aterrorizado, do enorme que lhe pareciam esses homens, em realidade em sua mente infantil eram como gigantes. O que não sabia é que uma tribo de ciganos do Norte, haviam chegado de madrugada a cidade e estavam acampados perto. Entre o susto e a admiração, sentiu-se paralisado, e ficou olhando, como um deles bebia e bebia e bebia água, para depois debruçar-se na beira e ficar olhando o fundo do poço.
A curiosidade infantil finalmente venceu o medo, e animou-se a perguntar ao “gigante” o que olhava com tanto interesse, ao que o cigano respondeu:
– Olho a Deus, Ele mora dentro do poço, você quer ver?
Ao que a criança lhe respondeu que sim; de imediato o cigano o levantou até a borda para que pudesse olhar. Imaginem a surpresa da criança ao ver seu próprio reflexo na água do poço; e o cigano muito satisfeito, lhe disse que ainda que o Criador está em todos os lugares, também vivia dentro dele.
Por isso muitos anos depois deste episodio, aquela criança que havia “visto” o Criador dentro de um poço, sorri para si mesmo, diante duma esposa muito brava e confundida”
Depois de conhecer este linda historia, -que quem o escreveu diz que realmente lhe aconteceu – podemos dizer que a Verdade tanto pode ser encontrada dentro de um poço como também en qualquer lugar; dentro de nós, ou do Caldeirão ou dentro de um Cálice.
Já se disse que o mais importante é “o vazio”, cabe a você criar um espaço dentro de si mesmo, para que o conhecimento e a Graça possam ser derramados, para que a Luz possa entrar. Depois, deixe fluir para fora de você, para os outros, tudo o que receber do Caldeirão, pois assim sempre haverá mais espaço para mantê-lo cheio, e continuar compartindo com todos.
Oi, Débora!
tô com uma dúvida… como eu faço para limpar meu caldeirão de ferro?
eu posso lavar com água e sabão?
eu herdei ele da minha mãe, então ele já é bem velhinho, e estou com medo que enferruje…