As Batalhas com a Vida

Dia 31 da Roda das Deusas de 2009

Eu e meus cadernos, sempre ando à volta com eles, mesmo tendo o PC; para mim escrever nele não se compara à ver as letras surgindo no papel, na ponta da caneta.

Aqui não é eu e o mundo, é eu e eu; o que surge aqui não vem de outros lugares, vem de meus “adentros”.

Espada

Dia de Colheita

Demorou meses – quase 5 – à sós comigo mesma, uma hora por dia, quase todos os dias, para encontrar a ponta da meada que tenho ido desenrolando devagar.

Agora estou num ponto em que ela está rolando sozinha e mais rápido do que consigo acompanhar, pois a conexão estabeleceu-se e as compreensões sucedem-se uma após outra.

“Qualquer pé de galinha dá uma sopa”!
Nossa! E sigo às voltas com a Panela Sagrada!

Só preciso de tempo para “um bom cozido”, e tenho lutado com a Vida para poder obter esse ingrediente. Tenho uma grande amiga que está perdendo essa batalha, na verdade ela entrou na batalha por meses e não conseguiu vencer; eu termino essa batalha ou ganhando ou empatando, mas nunca perco.

Não importa as “armas estratégicas” que a Vida use, eu sempre ganho a batalha Dela; Ela já usou armadilhas na forma de grandes problemas, como contas para pagar, falta de dinheiro, visitas, pressa; também tormentas na forma de brigas e desavenças, ou chuva na forma de tristeza e dor pelos que já se foram.

Mas…
Contra a chuva da Vida, eu usei como guarda-chuva os amores que sempre estiveram em meu caminho: o dos filhos, o dos amigos, o do meu amor e até os da família ascendente.

Contra as tempestades, usei a capa da paz que sempre abrigou minha alma e não deixou que a fúria dos outros chegasse a me tocar.

Contra as armadilhas, usei a camiseta da solidariedade; esta peça é realmente complicada de conseguir, pois a menos que a gente entenda de costura (alinhavar os sentimentos dos outros com os nossos) e faça muitas camisetas para distribuir, ficando com uma para nós, não será possível não cair nas armadilhas, nos buracos que a Vida abre à nossa frente.

Aí estão os 3 Elementos que a Vida usa nas batalhas contra nós:

– Chuva – água
– Tempestades – vento – ar
– Armadilhas – terra

Mas e o fogo? Que forma esta arma Dela assume em nossa existência?

– A forma do Amor de parceria!

É covardia Ela usar esta “arma”, pois contra ela é preciso ter um bom escudo e muita força nos pés para suportar os embates do outro; essa força nos pés é a firmeza em nossos princípios, é o discernimento que permite pensar com o coração e sentir com a mente para não nos deixar arrastar nas tormentas do outro.

Pois sim, dona Vida!
Já está ficando um tédio suas tentativas de não me deixar cozinhar na minha Panela Sagrada.

Voltamos então à Mestra da Panela e à suas protegidas: a Deusa Lilith e a Pequena Lilith!
Existe uma clara analogia aqui, mais certamente um paralelo: a Vida como um todo e a minha pequena vida, ou a Vida externa e a vida interna.

Se é assim a Grande Vida cuida da pequena vida; se é assim a vida não está lutando comigo, mas me mostrando meus pontos fortes.

Espadas

Sempre achei que a Vida é uma escola, e muita gente fala isso por aí, mas às vezes é como diz minha irmã: ¡Que dura la Vida!

E é sim, ela não arreda pé da batalha, Ela é uma Mestra “sólida”, que nos derruba uma e outra vez sem se imutar, esperando que finalmente possamos nos manter de pé incólumes diante Dela.

Em princípio achei que se isso acontecesse (se não nos levantássemos) ela se daria por satisfeita e deixaria de lutar contra nós, e iria embota pois a batalha teria terminado; mas se a Vida vai embora, se Ela nos abandona… morreremos.

Então percebi que se não nos levantamos por temor à morte, isso não impede que Ela, a Vida, se afaste.

O que acontece nesse caso é que não podemos cozinhar uma vida criativa se não estamos de pé perante à Vida.

Por isso a maioria das pessoas tem uma “vida vazia”, porque a Grande Lilith – em analogia com a Grande Vida e com a vida externa – não está cuidando da pequena Lilith, de nossa vida interior; cuidando, lutando “pela” nossa vida interior, não contra nossa pequena Lilith, contra nós.

Então a solução para esta equação é sempre estar de pé, em pé, se levantar diante das atribulações diárias, é não se dar por vencida e ficar no chão, porque aí a Vida se afastará e não seremos mais que gado no pasto: acordar, comer, trabalhar, dormir, crescer e um dia ir ao matadouro para servir de alimento aos nossos próprios parasitas… mas isso é história para outro dia.

Imagens: Eddi 07Eddi 07

2 comentários

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  1. Ray-Sama
    Ray-Sama às |

    Aloha!

    As doenças fazem parte disso?

    Aloha!

  2. Debora
    Debora às |

    Ray-Sama

    As doenças fazem parte disso sim, e já tenho lido em muitos lugares que pessoas que não tinham nenhuma chance de sobreviver a uma doença ou a ferimentos de um acidente, “milagrosamente” se salvaram.
    Muitos médicos dizem que foi a vontade da pessoa de viver que a levou a lutar e vencer as feridas ou a própria doença (como câncer por exemplo).
    Hoje sabemos que as doenças fazem parte de uma linguagem corporal que nos avisa que algo vai mal no nosso emocional, “ouvir” essa linguagem é se manter de pé diante da Vida, buscar a solução já seja através de remedios, ou na medicina alternativa é dar batalha a Ela, e achar a cura dentro de nós é vencer a batalha e aprender quais são nossos pontos fortes; neste caso a doença não volta mais.

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