A Deusa Lilith e a Pequena Lilith

Deusa Lilith

Hoje na sociedade moderna se fala das Deusas como seres mitológicos, arquétipos, símbolos do nosso inconsciente que se expressam em nós de diversas formas.

Formas que nomeamos para poder controlar, dominar, subjugar; na verdade só tentamos fazer isso com aquilo que não compreendemos, que não podemos admitir como existindo fora da realidade que nosso conhecimento finito concebe.

Buscamos a comodidade das explicações preestabelecidas e dadas como a única verdade possível, para que nossa mente não se preocupe em procurar as respostas que necessita.

As Deusas não escapam a esse nomear que a sociedade de hoje tenta manter; mas independente desta concepção atual Lilith é uma Deusa, um Ser com uma existência própria e a-temporal, ainda que habita num espaço-tempo diferente do nosso.

Ela É! Sempre Foi e Sempre Será!

E é tão real que em nosso mundo interior desenvolvemos um ser com as mesmas caraterísticas Dela: A Pequena Lilith!

A Grande Deusa cuida da pequena deusa que habita no interior das mulheres; Elas são as “pedras fundamentais” na Panela Sagrada, e se não forem colocadas nela é impossível cozinhar uma vida criativa, não importando se nos identificamos com outras Deusas.

A mulher que cozinha na Panela Sagrada de alguma forma fundamenta sua criatividade na Deusa Lilith e na pequena Lilith.

Quando esta Deusa mostrou-me a Panela com as duas pedras (as duas Lilith) dentro dela, lembrei da história de Pedro Malasartes:

A Sopa de Pedra

“A história diz que ele chega numa cidade sem ter o que comer e pensando que terá de arranjar uma forma de se alimentar; resolve então escolher um lugar estratégico onde as pessoas pudessem ver o que estava fazendo e chamar assim a sua atenção.

Acendeu um fogo no chão e foi com uma panela bater numa casa próxima dali; um homem saiu e ele perguntou se podia lhe dar um pouco de água para ele cozinhar uma sopa de pedras.

Obviamente o homem lhe deu a água e ficou muito intrigado; tomado de curiosidade ficou observando Pedro Malasartes colocar a panela no fogo, juntar duas pedras e depois adicioná-las à panela com água.

Não aguentando a curiosidade, foi ter com Pedro dizendo que não imaginava que se pudesse fazer tal coisa; e perguntou se ficava bom, porque seria muito barato se alimentar assim.

Pedro respondeu seriamente que essa era a melhor sopa que já existira e a mais saborosa, continuando a remexer as pedras na panela.

Depois de alguns momentos disse ao homem que ficaria melhor se tivesse uma batatas para dar um gosto extra, ao que o homem prontamente se ofereceu para trazer algumas, pois queria ver se realmente a sopa poderia ser tomada depois de pronta.

E assim seguiu o Pedro pedindo uma coisa e outra para as pessoas que se aproximaram tomadas de curiosidade, ao vê-lo cozinhando pedras numa panela no meio da rua; itens que foi adicionando à sopa de pedras “somente para dar um pouquinho mais de sabor” como ele dizia à todos os que ali chegavam.

No final ficou mesmo uma completa e maravilhosa sopa que todos saborearam tranquilamente; mas antes de tomar a sopa, Pedro tirou as pedras e as deixou de lado, ao que o homem que lhe havia dado a água e as batatas perguntou:

– Mas você não vai comer as pedras?

Pedro respondeu:

– Não; elas são o ingrediente mágico sem o qual seria impossível ter cozinhado esta deliciosa sopa, mas não são para comer; mesmo sendo imprescindíveis para poder conseguir os outros ingredientes”.

Até onde eu sei esta historia é anônima, mas para mim tem tudo a ver com o a Panela Sagrada; eu a li faz uns 20 anos e já não me lembrava dela até que a pequena Lilith me mostrou a Panela com as pedras dentro.

Vamos então nos livrar dos termos modernos que nos afastam da realidade real e cozinhar uma deliciosa “sopa de pedras”?

Imagem: seriykotik1970

4 comentários

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  1. Esther Matilde Versieux
    Esther Matilde Versieux às |

    Estou achando muito interessante…
    Claro a pedra é só um pretexto.Mas se não tiver a sabedoria do Frade da velha história, a sopa de pedra vai ser só de pedra!

    A propósito conheço mais duas versões desta estória. Quando eu era pequena, minha mãe contava a história de uma velha bruxa que conseguiu fazer um sopa de pedras…
    E a outra versão tem uma pequena diferença: o viajante era um abade.

    Na verdade a Sopa de pedra é uma sopa típica da culinária de Portugal, da cidade de Almeirim, situada na região do Ribatejo, considerada a “capital da sopa da pedra. Se você quizer te mando a receita que me deu um amigo portugues.
    Beijos

  2. Debora
    Debora às |

    Esther,

    Eu sabia que haviam outras versões mas não as conheço; gostaria imenso que me enviasse as outras se as conhece e também a receita da sopa.

    Disto não tinha ideia, muito interessante mesmo; a sabedoria popular é sempre a melhor fonte e vou investigar as origens de toda esta historia.

    Depois posso publicar aqui se não há problemas com os créditos, assim outras pessoas podem não somente conhecer algo sobre a cozinha de Portugal, como também ver a relação desta receita com a sabedoria que os povos tem nos legado.

  3. Anabela
    Anabela às |

    oi Debora

    esta historia é cmuitro conhecida em portugal e ha uma zona em que se cozinha e poem mesmo a pedra que é em Almeirim ela é fantastica fica com sabor e testura tipo feijoada

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